Ministro da Educação afirma que militarização de escolas é retrocesso
"Militarizar escolas para resolver problemas é um retrocesso que acredito que temos que tentar reverter". A afirmação é do ministro da Educação, Aloízio Mercadante, ao participar do encontro do Pleno do Fórum Nacional de Educação (FNE), na tarde da última quinta-feira (03), no edifício Sede do Ministério da Educação (MEC), em Brasília. O FNE também se posiciona de forma contrária a esta política. A manifestação será feita através de uma Nota Pública.
Mercadante afirma que existe uma parte da juventude que quer ser militar, e por isso, escolas militares devem existir. "O que eu não acho que é um caminho para resolver o problema da escola, é a militarização da rede". O ministro reconhece que existem problemas de disciplina na escola, como de convivência, tolerância, do respeito ao outro. "Mas não é militarizando a escola que vamos resolver a educação". Mercadante ressalta que ações como essas historicamente não deram certo, como na Alemanha. Ele afirma que, durante a Segunda Guerra Mundial, era um país com avanços fantásticos tecnologicamente. "Mas faltava uma visão de democracia, de direitos humanos, de tolerância, de valores de cidadania que nós queremos na escola, que precisa construir. Não é batendo continência e marchando que você resolve estes problemas".
Outro posicionamento apresentado pelo Pleno, em mesma Nota, é a respeito das Organizações Sociais (OS) em gestões de escolas públicas. Apesar de outros estados já pensarem em adotar a medida, o que está com maior avanço neste processo é Goiás. "É um prejuízo imenso para aquela comunidade escolar. É um equívoco muito grande que estes governadores estão fazendo", afirma o coordenador do Fórum Nacional de Educação, Heleno Araújo. Ele reforça que o FNE tem como base de sua orientação e ação política o Documento-Final da Conferência Nacional de Educação (Conae 2014), o qual orienta que recursos públicos precisam ser destinados para escolas públicas. "É um direito do cidadão e um dever do Estado de garantir esta escola". Para ele, o movimento de entregar a administração da escola pública a organizações sociais significa colocar dinheiro público no setor privado. "Isso traz prejuízos enormes para a comunidade escolar", reforça o coordenador do FNE.
Fonte: FNE
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